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Exposição Coletiva

Prêmio AF de Arte Contemporânea 2024

Endereço

Av. Gov. Irineu Bornhausen - Agronômica, Florianópolis - SC, Brasil

Data

06 de agosto a 07 de setembro de 2024

Local

Sala Lindolf Bell - CIC

Site

Horários de visitação

10h - 21h

Colab

Camila Martins, Dariane Martiól, Fran Favero

Celaine Refosco é a artista premiada na 10a Edição do Prêmio AF de Arte Contemporânea

O Prêmio AF de Arte Contemporânea, ao longo de seus dez anos de existência, se estabeleceu como uma das principais iniciativas para reconhecimento e valorização da prolífica produção artística contemporânea de Santa Catarina. A premiação, em seu formato atual, oportuniza a participação de portfólios, com o objetivo de selecionar, a cada edição, três artistas finalistas, além de anunciar a proposta vencedora que recebe o prêmio de residência artística na Cité Internationale des Arts em Paris.

Nesta edição, de maneira inédita, foram selecionadas como finalistas três artistas mulheres: Celaine Refosco, de Pomerode, Camila Martins, natural de Florianópolis e Dariane Martiól, paranaense radicada em Florianópolis. Esse fato atesta a relevância de mulheres artistas para a cena contemporânea, colocando em primeiro plano seus pontos de vista e produções artísticas. É importante reforçar, no entanto, a singularidade dos processos das três artistas em exposição, cada qual com sua trajetória e investigação poética. A atuação das finalistas mobiliza o contexto catarinense, mas encontra igualmente interlocução crescente no âmbito nacional, por meio de circulação em exposições, residências artísticas e contextos acadêmicos.

A mostra se organiza em três eixos, a fim de apresentar um recorte curatorial da produção de cada artista, com destaque para as pinturas e instalações de Celaine Refosco, as esculturas cerâmicas de Camila Martins e as fotoperformances de Dariane Martiól. Neste percurso, textos e falas das artistas abrem caminho para suas obras, uma proposta da curadoria da última edição que é mantida na atual, como uma forma de aproximação com o processo de pensamento e produção de cada uma das artistas e da complexidade envolvida em proposições artísticas que ativam conexões entre conceito, materialidade e vivência, em um movimento interdependente.

O trabalho de Celaine Refosco é apresentado em dois blocos: suas pinturas ocupam as paredes, enquanto as instalações estão posicionadas no vão central do espaço expositivo. Há características comuns entre as propostas, tanto no uso do grande formato, que convida à imersão, quanto no emprego de camadas, seja de tinta ou de tecido. O jogo entre o opaco e o translúcido, entre tornar nítida a figuração e lançar-se à abstração é uma tensão constante. O movimento por entre as obras também nos envolve neste gesto de montagem e desmontagem, em uma experiência que se renova a cada novo posicionamento do corpo e do olhar. A artista propõe uma abordagem singular na relação entre pintura e arte têxtil, ao reconhecer a importância tanto da cor quanto da materialidade do tecido como bases da pintura, características que se expandem nas instalações.

As cerâmicas de Camila Martins brotam das paredes e se estendem para o espaço, explodindo em cores vibrantes e formatos inauditos. A passagem do tempo é o fio condutor de sua produção, o que está evidente tanto conceitualmente quanto na própria materialidade de suas esculturas cerâmicas. As obras Início. Meio e Fim e Eva mitocondrial, instaladas na parede, afirmam a noção de criação e nascimento, de onde irradiam múltiplas e variadas criaturas que habitam a exposição. O mar como lugar de origem é crucial para a poética da artista da Ilha de Santa Catarina, com destaque para a praia dos Ingleses, de onde coleta areia que passa a integrar suas obras. A organização espacial dos trabalhos propõe aos visitantes a experimentação de outros ângulos, encontrando novos e minuciosos detalhes.

Em suas obras, Dariane Martiól com frequência performa ao lado de sua mãe, Adair Martiól, que passa a se reconhecer e produzir como artista a partir da atuação conjunta com a filha. De fato, nesta mostra estão expostas obras de ambas, tanto produções individuais quanto em coautoria. A relação com a mãe é um ponto de partida para questionamentos disparados por seus trabalhos que são, em última instância, preocupações fundantes da própria condição humana, como a fragilidade da vida e do corpo e as assimetrias e complexidades que envolvem as questões de gênero e as relações familiares. A centralidade do corpo, a oposição entre vida e morte e a relação entre manual e artificial são elementos acionados tanto na performattividade quanto na escolha dos materiais, incluindo o contraste do emprego do crochê em imagens geradas por inteligência artificial.

A proposta deste percurso é dupla: um mergulho nos processos individuais, ao mesmo tempo que encontros e confrontos se desenham ao percorrer a exposição como um todo. A premiação coloca em evidência e convida, por meio desta mostra, uma aproximação com a obra de artistas relevantes para o cenário contemporâneo catarinense, celebrando suas trajetórias e densos processos artísticos.

 

 

Fran Favero

Curadora

Colab

Camila Martins, Dariane Martiól, Fran Favero

Imagens

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